quarta-feira, 1 de junho de 2011

Minha Criança

Quem me conhece conhece minha criança.
Esta faceta, geralmente desprovida de mascara, usando no máximo uma mascara para se divertir ainda mais, é a faceta que me permite brincar de pegar, fazer cócegas, dar caldos na piscina, barrigadas também, que faz rir e que ri junto.
Mas esta faceta é a mesma que me permite admirar a beleza nos padrões de uma bola de sabão, com suas luzes, formas e silhueta frágil, em seu enfraquecimento constante, culminando num estouro, que molha tudo, aleatoriamente e como é belo o aleatório.
Assim como o fogo, que queima indiscriminadamente, sem forma definida, sem cor especifica, variando entre amarelos, laranjas, vermelhos e azuis, esquentando minhas mãos ao me aproximar, me queimando quando arrisco demais mas também iluminando, dando cor aquilo que está em volta.
Só quem conseguir ter este olhar terá a chance de ver os padrões nas nuvens, aquele dragão branco voando no céu, ou um coelho na lua.
Só quem consegue ter este olhar pode se divertir ao ler um gibí infantil, porque este remonta sua infância, rir e chorar pela nostalgia e pela saudade que sente dos tempos idos, mas muito bem vividos, fazer questão de não perder uma animação interessante no cinema só para curtir o 3D e tentar levar o máximo de amigos que se pode para ter a mesma experiência, se irritar com a chuva que atrapalha seu caminhar, mas também rir dela de vez em quando, porque ela lhe persegue e só cai quando você esta fora de casa em sem guarda-chuva.
Poucas pessoas entendem tudo isso, as que entendem, acabam por se aproximar, é inevitável gostar de alguém que entende isso, mais ainda daqueles que sabem aproveitar, que riem junto, que incentivam, que apóiam este lado infantil, mas divertido.
A maioria vai lhe julgar imaturo, mas em determinados momentos, quando você lhe der um banho de sabedoria, ensinando-lhes que apesar de conseguir reviver seu lado infante, suas experiências continuam sendo bem vividas e o aprendizado segue, elas vão te respeitar, e quem sabe aprendam a se divertir também.
Agradeço aos meus pais por isso, a minha mãe por ter tido tão bom humor para lidar com tanta coisa na vida e ao meu pai por não perder o lado "inho" de si, mesmo quando teve que assumir o lado "ão" por tanto tempo. Mas agradeço também as pessoas que apareceram no caminho e não só curtiram minha infantilidade, como embarcaram nessa, "Tabata" por exemplo. Em especial a quem me fez esta homenagem:

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Hora da Poesia

A Inocência de um homem

Qual a diferença da inocência infantil para a de um homem?

Na primeira, a criança vê uma bola de sabão e corre atrás na esperança de estourá-la, antes que ela estoure sozinha.

Na segunda, o homem vê uma bola de sabão e observa seu movimento, seja intimamente, que ela dure nem que seja um segundo a mais, mas entendendo que o estourar faz parte do movimento belo e da poesia que esta esfera brilhante desenha no ar.

Pena que nem todo homem entende o movimento de uma bola de sabão, ou melhor, esquece que um dia já entendeu, de uma forma ou de outra, quando criança. Por que para muitos ser adulto é sinonimo de esquecer a infância e seus simbolos? E não, ao invés disso, ressignificá-los? Já pensou como seriam os pais se assim o pensassem? Ou os líderes de governo? Em como seria esse mundo? Porque as pessoas insistem em ignorar as bolas de sabão em sua vida?"

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