terça-feira, 21 de julho de 2020

Efeito Hancock



Tinha lhe quisto, mas não caibo em sua racionalidade passional e não há argumentos que os valha. 

Hão de perecer quaisquer colóquios ante a premissa de que são mais valiosas as carícias de dedos que vivem nos arredores de seu universo particular às palavras, imagens e sentimentos transatlânticos.

Não lhe importa a cátedra, ama a palavra, a poesia e a prosa, mas as músicas que canta sua boca e a mímica de seu corpo eloquente são dissonantes das palavras que falam seus lábios e calam em mim mais sombrio sentimento.

Mente, obviamente, ridiculamente.  Pois é legível em seu corpo, está claro na poesia de cada estria que ansiava por mais intenso desfecho, almejava ter-me tal qual a felina alma que lhe habita.

O sentimento padeceu ao medo do tempo. Pois é tempo ser que desdentado e velho ainda rói o mais rijo dos metais. 

Não há vislumbre se felicidade a vivência de tal sentimento frente às intempéries de tão longo ciclo abstêmio, celibatário.

Criança de alma jovem não aprendeu que meses são grãos na ampulheta de uma vida e que são fragmentos de grão na ampulheta da eternidade.

Eterno... Eterno é o sentimento que tatua a alma, marca o corpo de arrepio, calafrio. Sentimento que machuca o lábio, as costas e que jamais cicatrizará no espírito.

Havia lhe quisto, lhe necessitado e hei de viver querendo, faltando eternamente este pedaço de mim que só encontraria em você. 

Continuarei desejando beber de sua boca de gosto neutro e sentir sua pele macia, quente, de toque molhado e sabor salgado.

Pois, garota pequena de sorriso de princesa e idiossincrasias mil, a verdade é que te quero.

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