terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cavaleiro de Armadura eu sou...


Em pleno seculo 21 insisto em vestir minha armadura, não para sair e lutar lutas quixotescas, atacar moinhos de vento, mas sim para proteger-me da "poeira do mundo", esqueço de andar armado, acompanha-me, mesmo, apenas um escudo.

Assim como Eric, personagem de desenho animado, o medo me impede de baixar a guarda, nas poucas vezes que vacilei, me machuquei e por isso tenho medo. Defendido por armadura pesada e escudo, não tenho defesas naturais, não me calejei, não sei lidar com os machucados da vida e por isso me apeguei cada dia mais a minha forte e brilhante armadura.
Se visto com pouca atenção, pareço-lhe um nobre guerreiro em armadura reluzente, mas se visto mais de perto, não passo de um ser pequeno e amedrontado, dentro de uma armadura que mal lhe cabe ou sustenta, de tão grande e pesada.
Hoje, peça a peça, me dispo, sinto a brisa bater em meu corpo desnudo, cheio de feridas causadas não pelas batalhas ou pelo mundo, mas pelo uso prolongado de armadura tão pesada, sem trégua em minha luta interna.

Tento me apresentar ao mundo sem placas, sem casca, dói, machuca, mas não quero voltar a vestir este incomodo, não largo meu escudo, com ele me defendo apenas quando quero, posso me esconder, creio q ter esta defesa, tenha valia, mas paulatinamente, pouco, a pouco, estico-me para receber toda a poeira que puder suportar, criar novas feridas enquanto curos as velhas, para calejar este corpo que nunca foi a batalha, mas guarda muitas marcas e quem sabe um dia jogo, também, este velho escudo fora.

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