Pensei em te ligar, te encontrar, conversar, quem sabe até te beijar, penetrar!
Lembrei de seu gosto, seu corpo, da forma como você aprendeu a mexer, mexer comigo, mexer com minha libido e minha mente.
Lembrei de como você gostava de mim em você de como seu corpo tremia ao sentir o meu, de como o toque de minha língua lhe fazia vibrar, tal qual uma corda de violino vibra ser roçada suavemente.
Lembro-me agora de como lhe dei prazeres, minha boca, minhas mãos, minhas pernas, minha voz até, com tudo isso você vibrava e ia ao êxtase.
Depois de pensar em todos os prazeres pensei em te ligar, te fazer qualquer menção de que senti sua falta, mesmo que momentaneamente, mesmo que meu corpo tenha sentido mais que minha alma, ou quem sabe seja o que meu cérebro tenta me convencer, mas senti e foi intenso.
Mas em seguida lembrei de tudo que me fez me afastar, de tudo que me fez parar e simplesmente esperei a vontade passar.
Deixei meu coração fora de meu peito, guardei-o! Deixei sob os cuidados de outrem e já não o sinto bater...
O abismo que me separa do meu coração faz meu peito doer de saudade. Do bater pulsante e forte, do sangue quente que jorrava em minhas veias. Hoje só sinto esta coisa fria, que não me permite sentir os prazeres da vida com a mesma intensidade de outrora.
E neste mundo em preto e branco eu sei onde guardei minhas cores...
Sou seu vício, sua cachaça, embriago-te com meu ser,
transformo-te em outra pessoa. Irreconhecível para si mesma, atende meu chamado
como quem busca saciar sua abstinência, bebe de minha boca, cheira meu aroma,
come a minha carne e deleita-se sobre meu sexo.
Suga minha virilidade como a abelha e o mel, arrepia-se
apenas por lembrar, fica ouriçada pensando em meus dentes em seus lábios, minha
mão em suas carnes e minha língua áspera a roçar-lhe.
Deita-se comigo em sua mente, toca-se, geme baixinho com
medo de ser ouvida, banhos longos, frequentes e quentes. Como a a heroína que
faz coçar, faço-lhe tocar, vontade de gritar constante, impacientemente
aguardando-me.
Fica irritadiça, a distância lhe frustra, se eu sumo me
cobra, se eu apareço reclama que só pioro sua condição clínica, precisa de mim,
em carne, osso e fogo! Não de meu afago, não de meu abraço, mas de meu corpo
inteiro, dentro de si.
A um tempo atrás escrevi uma postagem com o mesmo nome, pensava ter encerrado uma fase em minha vida, doce ilusão, agora sinto que encerrei-a, nova mentira, bem sei, sei que é apenas mais um passo dado a algum lugar desconhecido, mas muito dolorido.
Nunca entendi a necessidade das pessoas diminuírem aquelas que fizeram parte de seu passado, reduzindo sua importância e aumentando a própria, parece-me uma questão de ego ferido, de necessidade de reafirmar-se através da critica a algo que pode ter sido bom, que pode ter sido belo.
Não digo que foi meu caso, quem sou eu para julgar a mim mesmo, sou apenas uma parte do processo, sem provas, sem testemunhas, apenas com minha declaração de inocência. Nunca fiz questão de provar, me orgulhava disso, imaginava que a certeza intima era suficiente, assim como nunca tive nenhuma preocupação com as testemunhas, cometi o crime de ser uma pessoa adaptável, sendo vários eus, um para cada situação e fazendo as pessoas acharem que cada um desses eus era o meu verdadeiro EU, me julgando erroneamente, mas eu não tinha com o que me preocupar se quem me importava conhecia o EU que eu fazia questão de ser ao seu lado, e um EU que buscava melhorar em todos os eus de que o meu EU era composto.
Hoje sou forçado a ouvir o relato de testemunhos que eu não esperava, sou lembrado das provas que não dei, começo até mesmo questionar a mim mesmo, será que eu me iludi, vivi num mundinho tão meu, egoísta e egocêntrico, que tudo que vivi bastou apenas para mim?
Não importa, a cada minuto eu tento me convencer disso, sou julgado desta forma por tentar evitar que fossem julgados em meu lugar, na vontade de proteger, me desprotegi, na esperança de ser forte o suficiente para suportar o fardo sozinho, errei de novo. Não fui capaz de proteger e não permitindo que se protegessem acabei me desprotegendo, perdemos todos. Saímos todos machucados.
Mas volto a questão inicial, o que faz as pessoas ignorarem tudo de bom q viveram? O que faz as memórias ruins sobressaírem? A quantidade? A intensidade? Ou simplesmente a incapacidade da pessoa de seguir seu caminho com boas memórias, a incapacidade de dar continuidade sem conseguir cortar este vínculo trazido por este sentimento saudosista? Sinceramente eu não faço ideia, é diferente para mim.
Hoje me lembro do carinho, jamais me esqueci ou me esquecerei, me lembro do cuidado, do remédio de gosto ruim numa manhã de indisposição, de usar esponja vegetal até na sola do pé, de comer sushi na cama com musica zen, velas e vinho, de lembrar de cada da importante, da primeira a ultima, e comemora-las a cada ano, de comprar coisas legais sem razão alguma, simplesmente pelo prazer de ver o sorriso do outro, de guardar aquele lanche favorito em casa até que não dê mais para guardar, ou simplesmente até que o cachorro ataque, de comprar o doce favorito no baleiro do busão, pois será inesperado chegar do trabalho com aquilo no bolso, de manter-se com a roupa do trabalho, odiada, por mais tempo só porque o outro acha que você fica bonito, de jurar que jamais compraria flores só para surpreender com o buquê que alguém ensinou que seria o mais bonito, me lembro de repreender xiliques em supermercados e de aprender a fazê-los e notar que as vezes é útil, principalmente na fila do restaurante, me lembrarei sempre das primeiras vezes, de ambos, cada uma das primeiras vezes, o primeiro sorvete, a primeira rosa, ainda que de papel, o primeiro beijo, que deveria ser cheiro, de aprender uma forma nova de comer chocolate, de ensinar a comer peixe cru, são tantas coisas que a lista dificilmente poderia ser lida, mas lembrarei também de muita coisa ruim, não porque me machucam, mas porque me ensinaram, lembro com verdadeiro prazer de algumas brigas, porque frutificaram, porque resultaram em melhora, lembro de ensinar que pedir desculpas muitas vezes não é sinal de que se erra muito, é sinal de que se assume o erro muitas vezes e de que se está disposto a mudar, aprendi a pensar mais desta forma também, aprendi a pedir desculpas...
No fim, o meu passado será sempre referência para meu futuro, experiência e também uma porta, aberta ou fechada, isso não importa, portas se abrem e se fecham, esta é sua função, não são portas fechadas que impedem minha passagem, para cada uma existe uma chave que será encontrada no tempo certo. Meu passado foi feliz, até porque felicidade não é uma questão de ser e sim de estar e como eu estive feliz por mais tempo do que estive triste, por muito tempo eu fui feliz! E continuarei sendo, pois o mundo gira e a vida segue e afinal, é só o fim!
Sempre fora livre, sempre viajando, se ferindo, se arriscando, amando,
sofrendo, matando, mas um dia foi surpreendido, voltou para os braços de um dos
seus maiores amores e não a encontrou, encontrou apenas sua herança, não a
conhecia, aquela coisa pequena e suja, ranhenta e magrela, seus braços mais
pareciam dedos, de tão finos, perguntou-se como aquilo teria vingado,
perguntou-a sobre a sua mãe e soube que morrera, preferiu não perguntar de que,
sentiu vontade de chorar, amara aquela mulher, mas seu contato fora breve, mas
não podia se permitir demonstrar tamanha fraqueza para aquela pequena.
Tinha visto força nela, o que o assustou. Por debaixo
daqueles cachos negros estavam um olhar penetrante, forte, de quem sabe o que
quer e que foi bem ensinada, apesar da pouca idade. Ficou encantado, seu
espirito era guerreiro, disputava o que queria com fervor e quando perdia não
mostrava lagrimas e sim os dentes, com ferocidade.
Pousou por alguns dias naquele lugar, alimentou-se com a
comida daquelas pessoas que criavam a filha daquela que cativou eternamente seu
coração, deitou-se com algumas mulheres que ali viviam, mas não encontrou em
nenhum braço aquela energia, ficou triste, ajudou no que pôde, como forma de
pagar sua estada, se afeiçoou aquela menina, tão pequena e já dominava as
ervas, sabia usar um athame como um garoto brinca com sua espada, era mirrada,
mas seria forte, uma mulher de fibra, um dia, quando crescesse, se crescesse.
Ela o fazia lembrar demais a mãe da criança, tanto que doía,
seus cabelos negros e pele alva eram iguais ao que um dia ele acariciou, olhar
para aquela menina incomodava e trazia belas lembranças, apesar do espirito
desta criança ser completamente diferente, muito mais arredia e teimosa, não
conseguia imaginar como a sua mãe conseguiu ensinar tanto a alguém tão turrona.
Um dia a estadia chegou ao fim, as feridas cicatrizaram, o
tempo melhorou, apesar do prazer da companhia era chegada a hora de partir, ao
anunciar sua partida recebeu uma notícia que mexeu com sua cabeça, a avó da
criança lhe chamou e contou-lhe que aquela criança era fruto da sua união com
sua filha, que aquela coisa pálida e mirrada era fruto da sua carne, do seu
sangue e do seu amor por aquela morena esguia, ficou tonto, mas entendeu a
empatia que sentiu por aquela menina morena, como sua mãe, como seu amor.
Avisou-lhe também que não haveria quem cuidasse da sua
criança por muito tempo, pois já era idosa e não haveria outras pessoas e quem
confiar sua seurança, deixando clara, assim, sua intenção, ele aceitou o fardo,
sabia o que fazer, levaria para um lugar onde ela seria ensinada a ser uma
mulher e uma guerreira, como seu espirito gritava que queria, ao afirmar que
levaria a criança, surgiu dum canto qualquer, num pulo, aquela coisa branca
voando em sua direção, abraçando-o, chorando, dizendo que sua mãe já havia lhe
falado sobre ele e que o reconheceu assim que o viu.
Contudo uma coisa o preocupava, não seria uma viagem curta,
não seria uma viagem tranquila, muito menos segura, para chegar onde queria,
teriam que ser como a sombra, mas alguém tão grande como ele e uma criança
estabanada como ela, dificilmente passariam despercebidos.
Meses se passaram até alcançarem o objetivo, neste período
se tornaram ainda mais unidos, ensinou-lhe a manusear o athame, a se defender
em caso de necessidade, e o conhecimento dela sobre ervas acabou o salvando um
dia, quando um corte de espada foi mais fundo do que era possível suportar, foi
ela quem tratou sua ferida e sua febre. Fazendo-o lembrar e sentir falta, mais
uma vez, do calor da pele de sua mãe.
Quando não estava concentrada em suas praticas ou buscando
ervas para alimentar-se, ela ria, e como ria, um sorriso grande, com dentes
alvos e som engraçado, era bom se apaixonar por aquela criança, sentir o amor
que as pessoas sempre falavam, morreria por ela, mesmo a morte certa, seria
enfrentada para que aquela criança pudesse sorrir muitas vezes mais.
Muita gente tem me perguntado se os contos que tenho escrito, ou quase contos, por faltar características que seriam essenciais aos contos, são de minha autoria. Bem... Estes contos são baseados em feelings, insights que tenho. São descrições da forma como eu vejo a origem de certas relações cármicas que tenho hoje.
Dentre os contos já escritos, pode-se dizer que retratam a minha relação com 2 ou 3 pessoas cada conto, sendo uma principal, que dá a cara aos personagens, que define qual será a relação entre eles e outras relações secundárias que caracterizarão o personagem, um traço de personalidade, uma característica, pode ter vindo de qualquer um. Haverão também contos que trarão a relação com quem nem conheci ainda, muito mais sentidos e menos racionalizados que outros que já apareceram.
Antes que me questionem o por quê deste título, digo que são quase psicografados porque a origem dos meus insights vêm da minha religião, do que eu acredito ser meu Guia, que seria um espirito que me acompanha e acaba por interferir em minhas relações e sensações, estes contos são sobre mim e sobre ele, sobre a história dele e sobre como ela me influencia. Não entro num transe para escrever, ao contrário, a ideia vem, e começo uma espécie de negociação poética, onde vou tentando descrever de forma que me pareça bonita e forte aquilo que está sendo mostrado para mim, a explicação que me é passada é traduzida por mim e poetizada por mim, ou seria ainda mais crua.
O quase cavalo é mais uma piada sobre como se dá a minha relação com meu Guia, fazendo uma referência ao Candomblé, que tem um processo de passagem semelhante ao nosso e que nomeia aqueles que o fazem de "cavalos", e por isso me permito usar o termo "quase" para deixar clara a diferença.
Desta forma, agradeço a meu Guia, um guardião, um Kah'moh-hey, por me permitir entender-me melhor através do entendimento da sua influência em minha vida, dando-lhe também os créditos por cada conto escrito neste blog!
Ambos acreditavam serem invencíveis, inúmeras batalhas
vencidas, muitas lado a lado, irmãos de armas sabiam suas forças e acreditavam
que não havia fraquezas.
O machado de guerra era considerado invencível, seu portador
só poderia ser derrubado por flechas, mas não este, imenso, assustadoramente
forte, não seria apenas uma flecha que o derrubaria, ele ainda dividiria muitos
oponentes em dois antes de tombar.
De outro lado havia as duas espadas, a habilidade requerida
para o manuseio de duas armas, menores que as comuns, era imensa. A quantidade
de cicatrizes demonstrava o quanto era arriscado chegar tão perto do inimigo,
mas lhe dava experiência, sabia que viver ou morrer estava determinado por sua
habilidade, por sua sagacidade e tenacidade, não pelo comprimento de sua arma.
Também era imenso, com barba e cabelos fartos, escondendo algumas cicatrizes no
seu rosto, suportaria muitos ferimentos antes de cair, mas sabia, ninguém era
capaz de suportar a uma machadada, ser acertado por um machado tinha apenas
dois resultados, ser dividido em duas partes e morrer imediatamente ou dar o
azar de que a lâmina apenas passe em seu ventre, lhe esviscerando e morrendo
lentamente, agonizando.
Estes dois colossos estavam em lados opostos agora, suas
mulheres estavam apreensivas, algumas já choravam, pois sabiam que apenas um
dos dois sobreviveria, aquelas que eles compartilharam não sabiam sequer o que
esperar, para que rezar, senão para que ambos desistissem deste combate suicida.
A força do machado contra a velocidade das espadas, o machado parecia
lento, mas isto era compensado por seu alcance, as espadas rápidas, mas
precisavam alcançar o oponente, ambos hesitaram por um instante e no momento
seguinte aquele encontro teve seu desfecho, o machado girou, as espadas
estocaram, o sangue jorrou e alimentou o solo, a lâmina ensanguentada do
vencedor pingava, bem como lágrimas dos olhos deste. A dor estampada nos olhos
do derrotado fazia sofrer a todos e assim descobriram que mesmos colossos caem.
E nela encontrou seu porto seguro, sua guia, sua amiga,
entendia sua necessidade de viajar, de mudar, de ser ele mesmo, mas também
tinha sua vida, sua casa era o paraíso, rodeado dos presentes dos deuses,
aqueles que ela jamais teve, mas ao mesmo tempo teve tantos.
Brincavam todos, riam todos e bebiam os dois, ali ele se
desarmou e foi feliz por um tempo, todo o tempo que ali esteve, até a
felicidade lhe chamar em outro lugar.
Algumas vezes ensinou os segredos de ser um guerreiro a um
garoto à porta de sua morada, em outras vezes foi escolhido para transformar
uma menina em mulher, e era bom em ambas as coisas, tinha aprendido a ensinar
com o melhor professor, se orgulhava disso.
Ela ria de tudo isso, não sentia ciúmes, era o que mais lhe
atraia nela, sua segurança, sua certeza de que ele era seu, mesmo quando se
deitava com outras, e ela estava certa, não tinha apenas uma dona, mas nenhuma
tinha tanta segurança da sua posse. E ela era dele também, não só dele, mas ele
era especial, quantas vezes ela saiu dos braços de outro para lhe receber?
Inúmeras! Sempre se divertiam com isso, algumas vezes isso lhe trouxe
problemas, nada que as espadas não fossem capazes de resolver, mas não sem o custo
de sangue.
Nunca se importou com as outras, nem com as que, com prazer,
ela o conduziu para exercer seu papel de Deus, nem com as que ele encontrou no
seu caminho solitário, ao contrário, se divertia ao lhe ver sofrer de amores ou
contar-lhe suas aventuras amorosas e sexuais, não recordava de ter
compartilhado tanto com alguém, talvez por compartilhar tão pouco.
Ao seu lado era feliz. Mesmo quando não estava ali por
prazer, quando as feridas abertas pediam sua mão agradável e cuidadosa, nenhuma
das suas mulheres era tão próxima, tão amiga e tão mulher. A liberdade que
sentia ao seu lado o prendia a ela, saber que podia ir e vir quando quisesse
sempre lhe deu prazer em ficar.
Contudo, nunca a entendeu, nunca pode lhe dar o presente que
ela sempre desejou, os deuses assim não quiseram, mas apesar disto ela parecia
sempre feliz, sendo um exemplo de mestra, mãe, irmã, mulher e amiga. Contudo, alguma frustração aparecia em seus olhos, sempre que
suas regras voltavam, mês a mês. Ele pedia aos Deuses para atender-lhe o
anseio, permitir que dela viesse aquilo que ela sempre cuidou do alheio, talvez
não tenha sido lhe dada esta dádiva, justamente para que sua função, a de
cuidar, fosse melhor exercida, sem prediletismos.
Sempre que pode e quis, ela o acompanhou em suas viagens e
perigos, não de perto o suficiente para se por em risco, mas nunca longe o
suficiente para não ser notada, e lhe socorrer, quando preciso, algumas vezes
se esconderam juntos, assustados, corações saltando pela boca, sua companhia o
salvou diversas vezes, pois seus ferimentos seriam mortais sem nenhum
tratamento.
O seu corpo nu era sempre o melhor remédio, dominava a magia
sexual como poucas outras e a usava com maestria, acalmava-o com seu corpo,
sugava toda sua energia para depois repô-la, funcionava como um perfeito filtro
e o casamento entre seus corpos era aquilo que fazia o processo fluir, de forma
gradual e saudável, plena.
Mas o inevitável um dia os alcançou, ele era necessário em
outro lugar, abandonada ela cuidou daqueles que ainda não haviam aprendido a se
cuidar, enquanto ele foi reforçar as fronteiras da sua raiz, seu primo
precisava dele, seu amigo e irmão, e assim ele voltou para aquele lugar que um dia, ele aprendeu a chamar de lar.
Nenhuma dor que senti foi mais intensa, nenhum ferimento
mais profundo e jamais o peso da solidão foi tão grande. Neste dia ouvi uma
resposta inesperada daquela de quem cuidei com tamanho afinco.
Por um tempo cuidei daquela pequena, de sorriso largo, sempre metida em encrenca,
que dormia com cara de sofrimento, que sabia ocupar perfeitamente o espaço de
minhas costelas, que muitas vezes arrancou sangue de minhas costas com suas
unhas, num movimento intenso e lento, onde a satisfação era estampada com um sorriso malicioso em seu rosto, de quem sempre fez o que quis e por muito tempo me quis.
Era seu homem e seu protetor, encaixávamos perfeitamente, apesar da estupida diferença de tamanho, aquela pequena sedenta de mim, eu a quis como a nenhuma outra, não que fosse meu maior amor, mas jamais alguém se encaixou tão perfeitamente em mim, quando nos uníamos ela era feroz e ativa, fazia como queria e gostava quando eu a dominava, mostrando que mesmo uma égua arisca podia ser montada, quando ela ria alto ao ter os cabelos agarrados com força, olhar desafiador e matreiro, movimentando-se como uma cobra, mordendo como uma cadela e arranhando-me como uma tigresa.
Mas encaixava-se também no dia a dia, ria do que falava, concordava, e mesmo quando discordava, encaixamos em nossas discussões, sempre divertindo-nos, conversávamos horas a fio, muitas vezes, suados e cansados, arranhados, machucados, deitávamos nus na relva e conversávamos, ríamos da ferocidade daquele momento, assim que ele acabava, eu ameaçava quebrá-la algum dia e ela me desafiava a fazê-lo, mas além de forte ela gostava de toda minha força e jamais quebraria, não daquela forma.
Mas um dia o perigo passou, estava chegando meu momento de partir, começamos a nos preparar para aquilo, as noites ficaram mais calmas, os dias um tanto lúgubres, a cada vez que nos deitávamos, era como uma despedida, com demonstrações de carinho e afeto não costumeiras, demonstrando através de atos que sentiríamos falta um do outro, não éramos mais como dois animais selvagens, mas sim dois seres dóceis, afáveis.
No dia em que partiria, ela chorou, esperneou, xingou,
amaldiçoou, me arranhou, novamente até sangrar, mas desta vez sem prazer,
apenas sofrimento e pela primeira vez em anos eu cedi, como nenhuma outra
pequena havia me feito ceder, aquela tinha me vencido, era impossível não ceder
àquela coisa miúda chorando com a cabeça em meu peito, a prometi ficar, disse que permaneceria com ela, ao menos por mais um tempo, o que foi um erro.
Fiquei mais tempo ao seu lado, mais do que deveria, quase
me estabeleci, insto foi contra minha natureza, espirito livre, apenas me estabeleceria quando encontrasse meu lugar, ou no caso daqueles que me perseguiam um dia me enterrassem em algum lugar, o que eventualmente aconteceria, sofri por um tempo, estar estabelecido era como estar enjaulado, o sofrimento era aplacado pela companhia daquela pequena, mas já não era o suficiente, precisava andar, vagar, em outro lugar alguém precisava de mim e eu precisava partir, então decidi que era tempo e cometi o segundo erro, aquele que me fez
sangrar como nunca.
Numa manhã de sol pálido me deitei com ela na grama ainda molhada de orvalho, encoberto por brumas a possuí, como nunca antes, com vontade, força e carinho, mostrei-a tudo aquilo que sentia através de meu corpo, ela entendeu, soube que eu iria embora e chorou, ao fitar meus olhos, já deitada ao meu lado, segundos após o clímax ela chorou, não soluçou ou fez escândalos, apenas aquele choro contido de quem está resignado, então saíram da minha boca as palavras pelas quais me arrependi:
"vem comigo, pequena, vem viver e morrer comigo!"
Neste momento aquela coisa pequena e branca, muito
branca, simplesmente cresceu, um olhar intimidador surgiu e ela falou que eu,
dentre todos, eu deveria saber que ela jamais deixaria suas funções, seu povo, sua
família e eu me tornei pequeno, impotente diante daquela deusa que surgiu em
minha frente, desta vez ela sequer retrucou sobre minha partida, sem despedidas
saí derrotado sangrando, sabia que a reencontraria, se não nesta vida, em outra, mas jamais retornei e aprendi a ter medo de sentir, pois o
sentimento me tirou do meu caminho por tempo demais.
Ela lhe viu lutar e gostou, da sua ferocidade, do sorriso em
seus lábios ao enfrentar a morte, a sua ousadia lhe arrepiou a nuca, sua
virilidade e força deixaram-na de pernas tremulas e seu sexo estava pronto,
numa enxurrada de temor e excitação.
Não suportava esperar o momento em que poderia tratar seus
ferimentos e cavalgar em seu corpo ainda febril, fitar sua expressão de prazer
e dor, pois ainda naquela noite, ele seria seu homem, seu guerreiro, seu Deus,
e ela seria sua mulher, sua sacerdotisa e sua Deusa.
...
Entre sangue e suor ela deitou sobre ele, num ultimo suspiro
de gozo, sabia que estaria grávida, poderiam ter muitos filhos juntos, mas
teriam apenas um, seus caminhos estavam determinados, cruzavam-se, mas não se
alinhavam. Aquela criança seria o vinculo eterno, a lembrança do dia em que ele
sobreviveu para se entregar a ela, a perfeita réplica de como eles foram um, em
mente e corpo, tanto no campo de batalha, onde suas orações o inspiraram e
deram força, quanto na cama, quando seu corpo o aqueceu e curou.
...
Levou tempo para que ele estivesse pronto para partir, água
pura, ervas, orações e o calor do seu corpo o ajudaram a levantar. Ele lembrava
daquela primeira noite, e de todas as outras, em que ela deitou-se com ele e
aplacou sua febre com o calor de seu sexo, de como as feridas se abriram com o
vigor desta comunhão.
O que apenas ela lembrava eram as noites de alucinações, com
choro baixo, com medo da solidão e do escuro que apenas se aplacavam com o
cuidado e calor de seu corpo, dos dias em que aparentemente ele morreu,
aplicando técnicas que aprendeu em suas jornadas para se manter escondido,
ainda que dormindo.
Mas naquele dia ele estava de pé, parecia que a luta jamais
tinha ocorrido, exceto pelas feridas que ainda não estavam completamente
cicatrizadas, o sorriso largo de quem não sentia mais dor alguma, como se a
morte não fosse algo a ser temido, mascara que aprendeu a usar em suas
andanças. E naquela noite festejaram, beberam, comeram e dançaram, como
dançaram! Novamente eram um, olhares e sorrisos os uniam de tal forma que mesmo
aquela dança não coreografada parecia natural, como se fossem os parceiros mais
antigos, e talvez o fossem!
No fim da noite se uniram uma vez mais, e foi a primeira que
sua condição física lhe permitiu guiar, e ele o fez com vontade, até quase
desmaiar, sabendo que aquela provavelmente seria a ultima vez que seus corpos
se uniriam, ao menos nesta vida.
Ao acordar ela sequer precisou virar-se para saber que
estava só, não sentia mais aquele calor e entendia a natureza de seus caminhos,
não houveram despedidas nem um “eu te amo”, não foi necessário, suas almas
falaram tudo que havia para se falar e estariam conectadas, marcadas de tal
forma que por muitas vidas ainda iriam se encontrar e desencontrar, numa busca
incessante por aquele pedaço que eternamente lhe faltaria.
Toda mulher gosta de tudo isto, verdade, e o que elas gostam não é o que nos confunde a cabeça, mas sim o que elas não gostam e o que elas esperam.
Mulheres tem a estranha mania de não falar, de achar que adivinharemos que elas querem um dengo naquele momento, ou uma ligação a mais, não importa se você tem ligado constantemente, dado toda a atenção que pode, na hora que ela quer alguma coisa, devemos querer da mesma forma.
Já prestaram atenção em quantas brigas de casal tem no seu contexto uma frase como: "você não tá vendo que eu quero isso?" ou pior, a resposta que elas dão quando perguntamos se elas querem q façamos algo: "não quero que você faça porque eu quero, quero que você queira!"
COMO ASSIM???? Tipo, no fim das contas não devemos só agradar vocês, temos que ter vontade de agradar vocês sempre que querem ser agradadas e é justamente neste aspecto que os homens são mais simples, queremos que vocês façam algo, se vocês não querem fazer e mesmo assim fazem, não achamos ruim, ao contrário, achamos um puta esforço que merece ser reconhecido.
"Amor faz cafuné!" "ok, amor...""ah se é pra fazer de má vontade, eu n quero!"
Isto é um cafuné ou uma massagem energética que a minha vontade de fazê-la influencia no resultado???
Aprendam, se um homem se dispõe a fazer algo, é porque ele gosta de você, se ele não se dispõe, não é porque não gosta, pode ser só porque ele não sabe que você quer aquilo! Antes de começar um inferno astral, peça!!!
As frases: "amor, vem ficar comigo!""me dá um beijo!""tou com saudade" podem salvar o relacionamento e ouvir a razão dele não ter feito algo, antes de chegar de voadora também!
A lua passa 24 dias brilhando no céu para lhe vê brilhar na terra, por 4 dias ela se esconde para te deixar brilhar só, e algumas vezes ela aparece mais cedo, só para ver seu brilho iluminar o dia!
Quero uma menina para chamar de minha, seu cabelo enroladinho, cheio de cachinho. Que seja pequena com pele morena e que goste de mim. Que me faça rir, chorar, pensar, amar, que me irrite e me tire do sério. Que me arranque risos bobos, que me faça pensar em viajar. Que seja diferente, haja visto que é estranho ser igual. Que não se entenda, que minta para sí e para os outros. Que minta para mim, que fale o que não quero ouvir. Mas que sinta uma coisa bonita e que me faça sentir.
Hoje foi um dia estranho, um dia improdutivo, um dia passado em branco, produzi menos que uma planta...
Mas me emocionei, assisti a um exemplo de amor q dura 58 anos e continua parecendo legal e me senti estranho por não me sentir capaz de ter um relacionamento assim...
Me emocionei também ao conhecer a história de alguem que teve uma segunda chance, me deu vontade de poder trabalhar em prol de algo maior que eu, algo a se pensar, não sei se tenho disposição para isso, mas hoje sinto vontade...
Assistí também um filme que me dá um tapa na cara de forma estranha, clube da luta, nele eu vejo o quanto meu potencial, bem como de todos a minha volta é disperdiçado, me sentir meramente sobrevivendo nunca é legal...
Agora estou curtindo o maior tédio dos ultimos tempos, sozinho, na frente do computador, sem a menor vontade de fazer nada...